quinta-feira, 21 de julho de 2005

ZARATRUSTA

Esse seu homem tolo lembra um pouco o Zaratrusta. Só que sem a loucura santa e a coragem, ou seja, um não-Zaratrusta. Bom personagem.
- Ricardo Pinto, Editor da Revista eletrônica de Arte e Cultura Confraria


Ricardo, sim o anti-Zaratrusta, Nietz. De novo. O sem força. O poeta, o bobo. O bufão que interrompe, através da parábase, o discurso do sábio. O homem tolo. O último dos homens, talvez. Eu.Incipt commedia!

Belíssimo número 3 da confraria


************Notas de Aesthetic Ideology - Paul de Man. Edited and with an introduction by Andrzej Warminski ***************************************
O Eu, no Sistema Fichteano, nunca é capaz de saber o que é, nunca pode ser identificado como tal, e os julgamentos que emite sobre si mesmo, julgamentos auto-reflexivos, nunca são julgamentos estáveis.

É o Eu Fichteano que Schlegel tem em mente quando fala da filosofia “como a verdadeira pátria da ironia” em relação a qual “somente a poesia pode se elevar à altura”. (Fragmento 42, do Lyceum, citado por de Man à página 177). Porque é essa disposição, de separação em relação a tudo, ao próprio Eu do poeta, a radical distância de si mesmo em relação ao próprio trabalho, que encontramos interiormente no poema — cuja forma exterior aparece para nós ironicamente como a de um bufão.

Esse bufão a que Schlegel se refere, na commedia dell’ arte, é uma alegoria da ironia: a interrupção da ilusão narrativa, o aparte por meio do qual a ilusão da ficção é quebrada.
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Parábase [do greg. Parabasis] : Sf. Tea. No antigo teatro grego, parte da tragédia ou da comédia em que um ou mais atores recobravam suas verdadeiras personalidades e se dirigiam aos espectadores, com observações, opiniões, esclarecimentos, críticas ou apelos, o que também podia ser feito pelo próprio autor. (Aurélio)
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Uma das 4 partes da comédia: prólogo, párodo, episódios e a parábase (interlúdio coral), correspondente à suspensão da ação e a uma como que chamada dos espectadores à realidade; via de regra, glosavam-se assuntos políticos e sociais.

(Massaud Moisés. Dicionário de Termos Literários).

domingo, 17 de julho de 2005

Sinos do Vento

A nose that laughs.

Sabe aqueles malditos sinos do vento que os imbecis penduram nas janelas dos apartamentos? Hoje me lembrei deles pensando em cascos de cerveja batendo numa praia enluarada. Ou eu sozinho na metrópole subindo ladeiras à noite no frio e na mochila uma garrafa de vinho. Minha cabeça era um livro e todas as frases eram benditas.