Photo by Robert Ostmann |
que estava perdida na Biblioteca Nacional
chamando-a pelo nome de piso em piso
–até que a encontraram duas horas depois
com um formulário não preenchido de “investigadora” nas mãos e nenhum livro
(o que buscava era de 1891 e olhou para ele durante dois segundos antes de sair correndo para o cabeleleiro)–
eu lia “Poesia Vertical- Antologia Mayor” de Roberto Juarroz
na cápsula de tempo que é a biblioteca, misto de poesia vertical e horizontal, incrustada na cidadela que já foi de Borges
–enquanto embaixo corria em câmera lenta a metrópole portenha, com seus milhares de carros pretos e amarelos girando, continuamente girando, em círculos (que são para mim o verdadeiro símbolo dessa cidade), sempre indo e voltando, sem nenhum destino não pré-fixado: metade da frota é de táxis.
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