É assim que o escritor argentino Alan Pauls descreve Enrique Vila-Matas na orelha de "Suicídios Exemplares", publicado recentemente no Brasil. Escrito dez anos antes de Bartleby e Companhia, já há algo neste livro do escrivão de Herman Melville que se recusa a fazer qualquer coisa que seja (o que é também um modo de se aniquilar). Tema que seria explorado por Vila-Matas na forma de uma galeria de personagens estranhos tomados por essa mesma "pulsão negativa". Não agir, não escrever, literatura do não. Não é por menos que Fernando Pessoa seja um dos heróis de Vila-Matas. No final desse seu livro de contos sobre suicidas e não-suicidas, ele o transforma em personagem, juntamente com Mário de Sá-Carneiro, simplesmente ao transcrever (outra vez o copista, que exercita a arte da citação) o trecho da carta deste para Fernando Pessoa, escrita em 31 de março de 1916, poucas semanas antes de suicidar-se no Hotel de Nice, Paris, após ingerir cinco frascos de estricnina, tendo inclusive convidado para assistir o amigo José de Araújo: Mas não façamos literatura. Pelo mesmo correio (ou amanhã) registradamente enviarei o meu caderno de versos que você guardará e de que você pode dispor para todos os fins como se fosse seu (...) Adeus. Se não conseguir arranjar amanhã a estricnina em dose suficiente deito-me para debaixo do "metro"... Não se zangue comigo.
sábado, 29 de agosto de 2009
O antiblogger?
Escrever somente quando necessário.
Como Paul Valéry, que acordava no meio da noite assaltado pela urgência de uma frase ou pensamento e assim preencheu cadernos e mais cadernos absolutamente desnecessários. E aqui me contradigo, pois, em literatura, como na vida, como saber quando e o que é de fato necessário?
* * *
"Poste-escrito": sobre isso e sobre a "necessidade do sentimento", ler (valeria a pena meditar?) minha tradução do texto Pequeno Café, de Valéry.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Poésie perdue
Où..........
se trouveras
la poésie
dans une..............
cellule
dans une..............
cellule
.....................cancer-rose?
Poesia perdida
Onde a
..........poesia
mora..............
Numa célula
.....................câncer-rosa?
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