Baudrillard escreve nos anos 80 um livro em forma de diário chamado Cool Memories. Traduzo da tradução em espanhol:
“Cada pensamento é o último, cada anotação o traço do final, cada idéia não faz mais do que aparecer e desaparecer, igualmente a este planeta feito de auroras e crepúsculos sucessivos. Múltiplas parcelas de uma continuidade hipotética que não existe e que só se pode recuperar em filigrana, depois da morte.”
Para que uma idéia não cintile e desapareça no ar, é preciso que ela seja retida. Cada pensamento é o último. O escritor tem a consciência vívida da morte e que suas idéias comporão no futuro o retrato, máscara mortuária múltipla de si mesmo, dos seus muitos “eus”.
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sábado, 19 de junho de 2010
quarta-feira, 22 de março de 2006
ETERNO RETORNO DO REFERENTE
“Se queres falar de ficção, é preciso que o texto aniquile toda referência” (Baudrillard). Então não se pode falar nunca de ficção. A simples letra “a” impressa condensa miríades de universos. A Aleph. “a” minúsculo, perfil de mulher grávida. A escada. Um arco. Uma ponteAAA...
sexta-feira, 3 de março de 2006
Mais um diário. Cool Memories, de Jean Baudrillard. Traduzo da tradução em espanhol:
“Cada pensamento é o último, cada anotação o traço do final, cada idéia não faz mais do que aparecer e desaparecer, igualmente a este planeta feito de auroras e crepúsculos sucessivos. Múltiplas parcelas de uma continuidade hipotética que não existe e que só se pode recuperar em filigrana, depois da morte.”
“Cada pensamento é o último, cada anotação o traço do final, cada idéia não faz mais do que aparecer e desaparecer, igualmente a este planeta feito de auroras e crepúsculos sucessivos. Múltiplas parcelas de uma continuidade hipotética que não existe e que só se pode recuperar em filigrana, depois da morte.”
segunda-feira, 16 de janeiro de 2006
Baudrillard falando sobre seu novo livro "A Conspiração da arte":
Arte era uma forma, e então tornou-se gradualmente não mais uma forma, mas um valor, um valor estético, e desse modo fomos da arte para a estética - é algo muito, muito diferente. E à medida que a arte se torna estética ela se junta à realidade, ela se junta à banalidade da realidade. Pelo motivo que toda realidade se torna estética, também, é uma confusão total entre arte e realidade, e o resultado dessa confusão é hiperrealidade. Mas, nesse sentido, não mais uma diferença radical entre arte e realismo. E isso é o próprio fim da arte. Como forma.
São temas caros ao autor, "banalidade", "transfiguração", "perda da diferença", "hiperrealidade", "fim da arte".
A arte se torna estética, isto é, ela se torna filosofia. Não estaria aí Baudrillard negando o potencial filosófico da arte? Arte é forma. Mas é também reflexão. Reflexão pela forma. O problema é quando ela deixa de ser forma para ser só reflexão. Quando se torna na maioria das vezes má filosofia.
Por outro lado é impossível separar o valor estético daquilo que é uma obra de arte. Obras de arte são objetos que possuem valor estético. Quando dizemos de uma obra que "ela é boa", boa para ser perseguida, alcançada, imitada, aí está seu valor estético e normativo.
Uma obra se torna menos banal quando adquire maior valor estético. Não o contrário. A realidade é banal. Mas pode vir a se tornar estética. Arte é a transfiguração do banal em algo digno de ser apreciado.
Arte era uma forma, e então tornou-se gradualmente não mais uma forma, mas um valor, um valor estético, e desse modo fomos da arte para a estética - é algo muito, muito diferente. E à medida que a arte se torna estética ela se junta à realidade, ela se junta à banalidade da realidade. Pelo motivo que toda realidade se torna estética, também, é uma confusão total entre arte e realidade, e o resultado dessa confusão é hiperrealidade. Mas, nesse sentido, não mais uma diferença radical entre arte e realismo. E isso é o próprio fim da arte. Como forma.
São temas caros ao autor, "banalidade", "transfiguração", "perda da diferença", "hiperrealidade", "fim da arte".
A arte se torna estética, isto é, ela se torna filosofia. Não estaria aí Baudrillard negando o potencial filosófico da arte? Arte é forma. Mas é também reflexão. Reflexão pela forma. O problema é quando ela deixa de ser forma para ser só reflexão. Quando se torna na maioria das vezes má filosofia.
Por outro lado é impossível separar o valor estético daquilo que é uma obra de arte. Obras de arte são objetos que possuem valor estético. Quando dizemos de uma obra que "ela é boa", boa para ser perseguida, alcançada, imitada, aí está seu valor estético e normativo.
Uma obra se torna menos banal quando adquire maior valor estético. Não o contrário. A realidade é banal. Mas pode vir a se tornar estética. Arte é a transfiguração do banal em algo digno de ser apreciado.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2006
O que eu sou, eu não sei, "disse Baudrillard", com um brilho gaulês no olho. "Sou o simulacrum de mim mesmo."
O público deu uma risadinha.
"E quantos anos você tem?" persistiu o questionador.
"Poucos."
What I am, I don’t know,” Baudrillard said, with a Gallic twinkle in his eye. “I am the simulacrum of myself.”
The audience giggled.
“And how old are you?” the questioner persisted.
“Very young.”
MEN OF LETTERS
BAUDRILLARD ON TOUR
THE nEW yORKER
THE TALK OF THE TOWN
Issue of 2005-11-28
Posted 2005-11-21
— Larissa MacFarquhar
O público deu uma risadinha.
"E quantos anos você tem?" persistiu o questionador.
"Poucos."
What I am, I don’t know,” Baudrillard said, with a Gallic twinkle in his eye. “I am the simulacrum of myself.”
The audience giggled.
“And how old are you?” the questioner persisted.
“Very young.”
MEN OF LETTERS
BAUDRILLARD ON TOUR
THE nEW yORKER
THE TALK OF THE TOWN
Issue of 2005-11-28
Posted 2005-11-21
— Larissa MacFarquhar
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