I-
"- O senhor quer a salvação do México? Quer que Cristo seja nosso rei?
- Não."
Descobrir
porque Roberto Bolaño escolhe esta, dentre tantas outras frases, de "À sombra do
Vulcão", como epígrafe de seu livro "Os detetives selvagens".
II-
Hesito em terminar de ler o livro. Vontade de deixar o cônsul vivo (ele morrerá bêbado de mescal na última página).
III-
No romance de Malcolm Lowry os nomes das tabernas mexicanas são um atrativo à parte, como esta que se chama "Todos Contentos y Yo También." Há ainda o "Salón Ofélia", o "Farolito" e a "Cervecería Quauhnahuac", com sua mistura deliciosa de vogais e consoantes, impronunciável para nós.
IV-
"I learn that the world goes round so I am waiting here for my house to pass by".
Finalmente terminei de ler "Under the Volcano", "À sombra do Vulcão", de M. Lowry. Jornada nauseante a que somos arrastados pelo escritor e que termina num vazio escuro, cheio de desespero lírico*, cheirando à morte. Vai para minha lista de livros escritos no inferno (como A Vida Breve, de Juan Onetti), que lemos meio sem querer ler.
"Qué hacéis aquí?"
(...)
"Nada. Veo que la tierra anda; estoy esperando que pase mi casa por aquí para meterme en ella".
__
*ou líquido -o mescal e álcool em todas as formas, até mesmo puro, com chá fervente, que se toma(?) no México...