terça-feira, 30 de maio de 2006

Ilustração: Massimo Nota

A edição desta semana da minha coluna na revista Bula, traz a ilustração de Massimo Nota. Foi a que eu mais gostei. Fiquei conhecendo o artista italiano por meio da revista. Vale conhecer o website dele, com destaque para as animações.


Info Massimo Nota:
Graduated as illustrator at the "Istituto Europeo di Design", in Rome, collaborates with many italian newspapers, as "La Repubblica", "Smemoranda" "Nessuno Tocchi Caino" "Avvenimenti"... . He has been awarded many prizes in national and european graphic and satiric competitions. His production is exposed in Italy, Spain and former Yugoslavia.
He uses at one time traditional graphical and (watercolour, acrilic, indian ink...) and digital tecniques (Illustrator, Photoshop).
Animations are realised in Flash.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

bula 22 de maio

Andy Wharol

O editor da Revista Bula, Carlos Wiliam, jura que esse troço aí em cima é de Wharol. Está a ilustrar minhas notinhas desta semana que finda, na prestigiosa revista. (Lá o quadrinho é animado.)

Mas tenho que confessar uma coisa: odeio Wharol.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Ainda não foi, infelizmente, a virada. Em bairros da periferia, da Zona Sul, Leste, shows foram cancelados sem aviso prévio e a população voltou para casa à meia-noite. Foi uma meia "Virada", em branco e preto. Tom Zé reclamou de uma utilização dos artistas como "isca" do governo para resolver um problema "dele". Tom Zé está errado, o problema não é só do governo, mas dos próprios artistas, que não conseguem se mobilizar e dependem cada vez mais de ações (no sentido monetário, inclusive) estatais.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Virada Cultural

CONVITE

Para a programação completa da Virada Cultural, clica!

Museu da Língua Portuguesa (fica na Estação da Luz, no centro)
Sábado, dia 20 de maio


18:30 h:
1. A POESIA FALADA E MUSICADA
Beatriz Azevedo (canto e declamação), acompanhada de Bocato (trombone),
Maurício Biazzi (Contrabaixo Acústico), Pedro Ito (Bateria + Percussão)


20:30 h.
2. A POESIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Carlos Figueiredo (poeta); Helena Ignez (atriz), Paulo César Pereio
(ator), Cláudio Willer (poeta).




O céu jamais me dê a tentação funesta

de adormecer ao léu, na lomba da floresta.


Jorge de Lima – Invenção de Orfeu (Canto I, poema XXII)

Millôr Online - Enfim um escritor sem estilo

Charge de Millor Fernandes

O título aí em cima é do próprio. Se você ainda não conhece - ô cara, como é que você ainda não conhece o Millôr??? - clique e descubra.
Clica!

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Temor da Sociedade é a Raiz de Todo Mal

Não tem nada ver com o PCC. Foi totalmente por acaso que abri hoje o livro de DH Lawrence e traduzi o poema a seguir.


Fear of Society is the Root of All Evil

Today, the social consciousness is mutilated
so everything is insane;
success is insane, and failure is insane,
chastity is insane, and debauchery is insane,
money is insane, and poverty is insane.

A fearful thing is the mutilated social consciousness.

-DH Lawrence in: “Pansies”


Temor da Sociedade é a Raiz de Todo Mal


Hoje em dia, a consciência social está mutilada
então, tudo é insano;
o sucesso é insano, e o fracasso é insano,
a castidade é insana, e a torpeza é insana,
o dinheiro é insano, e a pobreza é insana.

Uma coisa temível é a consciência social mutilada.

-DH Lawrence in: “Pensos”
(Tradução Lauro JM Marques)

Raízes do caos

O jornalista Gilberto Dimenstein mais uma vez se mostra um intérprete adequado para tentar, ao menos, começar a compreender a situação de caos "enfrentada" (eufemismo) pelos paulistas nos últimos dias.

Na verdade, como alguém já comentou, houve uma extensão para toda a sociedade do que ocorre diariamente na periferia.

opinião
17/05/2006
O problema não é o PCC
Gilberto Dimenstein

Apesar de ter demonstrado um extraordinário poder de articulação e de ter paralisado a mais importante cidade brasileira, o PCC é somente um ínfimo detalhe da insegurança nacional. Pouco adiantará destruí-lo enquanto não se diminuir a quantidade de mão-de-obra disponível ao crime organizado -essa deveria ser uma das principais lições dessa onda de ataques e mortes.

É uma mão-de-obra sem perspectiva de vida e, por isso, seduzida a qualquer risco, como vimos nos ataques. O problema mesmo está no fato de que, na região metropolitana de São Paulo, existem 3,4 milhões de jovens entre 15 e 24 anos de idade, dos quais 950 mil nem estudam nem trabalham. Estimativas oficiais indicam que, em todo o país, esse número subiria para 7 milhões.

Leia o restante aqui

terça-feira, 16 de maio de 2006

E morreram 130 pessoas

Por que o Brasil "não é para principiantes", como definiu um brazilianist


Secretário libera TVs para presos assistirem à Copa

SÃO PAULO - O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, admitiu nesta terça-feira que permitiu a entrada de televisores para serem instalados em áreas comuns das penitenciárias do Estado. Essa era uma das reivindicações apresentadas pelo Primeiro Comando da Capital em março para que a paz voltasse aos sistema prisional. A autorização ocorreu há um mês. O PCC comprou 60 aparelhos. Eles deviam ficar na área comum das prisões como se fossem telões para que os presos pudessem assistir aos jogos da Copa do Mundo.

Furukawa disse não saber de que tipo eram esses aparelhos - se eram normais ou de plasma. Também não sabe o tamanho das telas. "Não vi nada de mal, desde que não comprometa a segurança." O secretário afirmou não saber quem comprou as TVs que seriam postas nas entradas das galerias de celas. Com a transferência dos líderes do PCC para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, eles ficaram sem TV, o que os deixou contrariados, pois iam perder os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo da Alemanha.

- Da Agência Estado
Leia se tiver estômago o resto da matéria aqui
As coisas voltam à normalidade perigosa. Ou quase. A sensação que tenho é que o crime venceu. O trânsito nunca esteve melhor hoje. Ontem foi "o feriado negro" do PCC. Hoje é o "rodízio negro". A única reação das autoridades foi liberar a polícia para usar mais da força, com carta-livre para matar.

Ainda assim, a impressão que dá é que a força policial é indefesa e despreparada. Famílias de PMs são ameaçadas por motoqueiros noturnos armados de metralhadora. Segundo ouvi de um apresentador de TV são chamados de "Bin Laders", pessoas com dívidas a zerar com o PCC.

Enquanto isso o governo estadual aparentemente costura acordos com os líderes dos traficantes, em troca da paz momentânea. Ao mesmo tempo em que recusa o apoio federal.

A origem do crime organizado é uma só: a tentativa desenfreada de enriquecimento a qualquer custo, inclusive da vida própria ou alheia.

As motivações são várias e conhecidas dos brasileiros há tempos, País com a segunda maior desigualdade social do mundo, perdendo apenas para Serra Leoa, na África. E São Paulo é a cidade das américas com o maior contingente de pobres: 3,5 milhões, sendo que metade é considerada indigente.

Não por acaso o Estado paulista é o que apresenta a maior população carcerária. Um de cada três presos do Brasil está aqui (138.116 dos 361.402).

segunda-feira, 15 de maio de 2006

São Paulo vive toque de recolher informal e ruas da cidade estão desertas

Ipiranga com a São João vazia. Paulo Pinto/AE

"Após um dia tenso de trabalho nos bloqueios da principais vias da cidade, o cabo da PM voltava para casa uniformizado, sozinho, como um "alvo ambulante". Num comportamento anormal para policiais em transporte público, ele mantinha a arma em punho dentro do trem, em pé, no canto do último vagão." Da Agência Estado
Leia aqui

Guerra Civil

São Paulo vive clima de guerra civil, com policiais, metrô, ônibus e agências bancárias atacadas pela organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Fala-se até em decretar toque de recolher (boato não confirmado).
Foram 180 ataques até agora, segundo nota divulgada pela Secretaria de Segurança Pública, às 15h20.

"O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse no início da tarde que o governo federal descarta intervir para controlar os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) a alvos policiais e civis em São Paulo. Iniciados na noite de sexta-feira, os atos da facção criminosa já deixaram ao menos 81 mortos. Entre a noite de sexta e a madrugada de segunda, 13 agências bancárias foram atingidas, e 68 ônibus incendiados." Da Folha On-line.

A cidade está meio paralisada, nota-se uma redução de pessoas nas ruas.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Cadáver esquisito*

*Poema a quatro mãos com Leonardo Aldrovandi
le cadavre exquis boira le vin nouveau
(em progresso?)



o trago imaturo
..e aquele o pato do feno que não calca o presente

........advinhar: o futuro
está
no (p)fato recente




********************

O Cadáver Refinado

cadavre exquis", atividade que consistia em produzir um texto coletivo em que cada participante continuava um texto, acrescentando uma parte da frase sem saber o que vinha antes, daí resultando em criações livres de qualquer associação lógica. No primeiro texto, Prévert escreveu "le cadavre exquis", em um papel dobrado e o passou a um outro participante que, em segredo, prosseguiu acrescentando "boira"; um terceiro, nas mesmas
condições, concluiu o jogo e o texto com "le vin nouveau".


Eclair Antonio Almeida Filho. "A escritura coletiva de Jacques Prévert com surrealistas" in
http://www.revista.agulha.nom.br/ag43prevert.htm



>Lauro Marques escreveu:

-Gostei do nosso "cadáver". Houve uma sincronicidade incrível aqui, bem típica dos achados-pronto do surrealismo: eu pensei no verso-jogo "o cadavér refinado beberá o vinho novo" e vc (sem conhecê-lo) me mandou uma frase falando em "trago imaturo".

O poema está pronto.

Ponto.

Para nós dois.

Aliás peço sua licença para "incorporar" o poema como meu (nosso) a um livro imaginário que ainda escreverei.

"O verdadeiro pecado é escrever para o público" - Valéry

Abraços
um semicego

> Leonardo Aldrovandi:
- Também gostei, acho que ele cumpre o lance de ser uma pequena operação... gosto particularmente da ligeira falta de nexo frasal do segundo verso, como se estivesse mal escrito.
tbm a maneira como voce fechou ele numa espécie de idéia de tempo.
claro que pode mandar bala....
podemos fazer outros também...

deixa ver:



mais um vento da velha questão da exclusão

os caminhões-pipa poderiam ser inflamáveis algum dia?


> Lauro Marques:
-Sim, a frase tropeça e dá um charme especial.
O lance da operação, bem lembrado. Eu tinha pensado o mesmo.
A idéia de tempo: vc levantou a bola e eu matei. O seu pato não calcava o presente. Era um pato recente e imaturo a pisar em montes de feno (tempo-feno-fenece).
Este outro me parece um koan. E como tal está fechado em si mesmo, num círculo. Não se acrescenta nada ao círculo.

Lembrei de um koan/haicai que escrevi faz tempo, com o mesmo animal:
1
O pato
de asas cortadas
voa de costas?
2
Qual o fundo falso do poço sem fundo?


bom final de semana
um semicego.

>Leonardo Aldrovandi:
- que bonito cara...
feno-fenece...que sensação boa.
tem razão é preciso algo aberto, não uma idéia feita...
mas vamos obrando....nem todo dia é de sol....
confesso: me sinto mais ou menos como esse pato...
bom descanso

terça-feira, 9 de maio de 2006

Fotografia de Lauro Marques
Gostei da oposição entre o guarda-chuva da mulher e o boné do garoto nesta foto que eu fiz de uma manifestação, em São Paulo. E o grafitti ao fundo.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Lobo Antunes

A edição da Bula desta semana traz uma ótima oportunidade para conhecer o escritor português Lobo Antunes, em entrevista e crônica intitulada "Antes que anoiteça".

Entrevista

Crônica