Frida Kahlo por Antonio Gironella |
(Instantâneos)
-escrito em portuñol selvagem-
-escrito em portuñol selvagem-
Xochimilco: Pântano Azteca de águas oscuras. Aquí hay gente que vive aislada. A mãe levando de balsa, remando, seus filhos para la escuela. Nosotros y los mexicanos bebiendo frescas cervezas. Tristes-alegres, “valsam”. Noches Buenas*, los terribles Mariachis e bem no fundo, quase não se notam, emplumados para la guerra, eles nos olham.
Teotihuacan: Das casas de palha e barro, nenhum vestígio. Palácios, um rei morou aqui. Do alto da pirâmide, larga vista para o vale de los muertos ―“camelando” sus últimas bugigangas.
Centro, Catedral: Silêncio. No centro, à entrada, de interior negro, Jesus Del Veneno, oscuro, pende de la cruz, como se pendesse de um galho, antes dos outros santos e altares. Tudo alto y dependurado. Cheiro incenso ―mais silêncio, intenso, vindo de fora, da praça, um canto, irreproduzível, la-la-la-la, de tristeza amplificada de micrófono, alegre y desesperada. Um campesino escuta a si próprio na sala reservada, a conversar com estátuas, que lhe olham, e a si mesmas, assustadas, em su silencio de luto e de madera.
Palácio de Belas-Artes: Fuera los santos! Catedral (in)útil onde se odeia/adora el hombre: de novo Rivera, Orozco ―um rasgo en las paredes, mejor que los murales, gigantescos y tirânicos: Gironella, pinturas que son un corte y sangran.
Calle Francisco de Souza: O ocre cor de terra das casas da calle Francisco de Souza, hijos de la Malinche, também tingida de azul cobalto y Frida, que eu não vi, as aquarelas do museu de aquarela...
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* "Noche Buena" é o nome de uma cerveja mexicana, do tipo premium, escura, de edição limitada e lançada nos meses de outubro a dezembro para ser consumida na noite de Natal (a "Nochebuena", como é chamada). É também o nome de uma flor vermelha estampada no invólucro da cerveja.
3 comentários:
Que coisa linda Lauro, que diário mais poético! Eu tenho uma vontade enorme de conhecer o México (a arquitetura, história, ver as cores, os ocres, vermelhos e laranjas, os azuis mais azuis que o céu). Você esteve lá? Quero muito conhecer Puebla (fiz até um projeto me inspirando nela). Mesmo que você nunca tenha ido, você foi (o poema comprova). Gostei muito Centro,Catedral: Silêncio. (é tão Minas Gerais).
abraços
Obrigado Rosilene, estive na Cidade do México apresentando num congresso de semiótica em 200...? Esqqueci, depois eu lembro. Não levei máquina alguma, então fiz esses instantâneos mentais, para não esquecer. Pretendo voltar um dia lá e tomar de novo aquelas nochebuenas e conhecer outros lugares. Sim, a catedral é silenciosa e escura, muito barroca, e cheira a incenso. Abraços
Lauro
meus piores pesadelos: o primeiro água sempre muita água (tempestades, enchentes) e o segundo esquecer minha máquina fotográfica em uma viagem... Impensável. Mas o seu registro é fabuloso.
abraços e obrigada pelo link
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