terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A vida Breve


No fim do romance A vida Breve de Onetti, os personagens, que diga-se de passagem, são produtos da fantasia criados por outro personagem Juan María Brausen, estão fugindo da polícia. Fantasiados, "excessivamente escondidos no Carnaval", sem roupas para trocar e sem nenhuma perspectiva, sem dinheiro nem documentos, deixados para trás na fuga, sem ter mais para onde correr, eles sabem que quando acabar esse que é o último dia de folia, eles não vão conseguir passar mais despercebidos. É a hora em que está amanhecendo em Buenos Aires e eles estão sentados numa praça enquanto brindam à má sorte com copos vazios e a um homem muito velho que "alimentava-se de minúsculos mistérios sem importância. Na hora da morte acreditou que se salvaria dizendo estar com sono".

Um comentário:

rosilene fontes disse...

Muito bom Lauro você nos brindar o ultimo dia de carnaval com este seu comentário sobre o livro de Onetti. Adorei.
Estes são os heróis de Onetti que até poderia ser qualquer um de nós, no final de uma folia, uma noite vazia... e que a verdade é que somos todos iguais.