Folha online27/11/2007 - 13h36
Lula comemora IDH, diz que país é abençoado por Deus e reclama do FMI
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Entusiasmado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta terça-feira o resultado apontado pelo relatório de Desenvolvimento Humano 2007-2008, divulgado hoje pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
De acordo com o relatório, o Brasil entrou pela primeira vez no grupo de países considerados de alto desenvolvimento humano.
"Todo governo que vier vai se sentir na obrigação de fazer o Brasil crescer um ponto no relatório. Todos [no atual governo] têm o compromisso de que o país vive um momento tão especial que nós poderemos nos dar ao luxo de dizer que 'somos abençoados por Deus'", disse Lula.
27/11/2007 - 10h00
Brasil entra no grupo de países de alto desenvolvimento humano, mas cai no ranking
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
O Brasil entrou pela primeira vez no grupo de países considerados de alto desenvolvimento humano. Entre os dados que contribuíram para o desempenho brasileiro está o aumento na expectativa de vida da população. Em 2004, ela era de 71,5 anos para 71,7 anos em 2005.
Apesar disso, caiu uma posição no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), passando de 69º para 70º no item qualidade de vida.
O Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgou nesta terça-feira relatório que mostra que o IDH brasileiro alcançou 0,800 --em uma escala de 0 a 1--, o que é considerado alto. O índice divulgado hoje leva em consideração dados de 2005. No relatório do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792.
Os responsáveis pela pesquisa, porém, viram com cautela a melhoria no desempenho do país. Eles lembram que países como Argentina, México e Cuba estão à frente do Brasil no ranking há mais de 20 anos.
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Ranking
Em 2005, a Albânia e a Arábia Saudita ultrapassaram o Brasil no ranking do IDH, ocupando agora a 68ª e a 61ª posição respectivamente. O Brasil, em compensação, ficou à frente da Dominica (71ª posição).
Países vizinhos do Brasil, porém, estão em melhor posição, como a Argentina (38ª), Chile (40ª) e Uruguai (46ª). A Islândia ocupa a primeira posição, com IDH de 0,968, seguida por Noruega, Austrália, Canadá e Irlanda. Em último lugar (177ª posição), com IDH de 0,336, está Serra Leoa.
Folha de São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Saneamento para todos só em 2122, diz FGV
Estimativa foi feita com base na taxa de crescimento do nível de coleta de esgoto no país, que atualmente está em 1,59% por ano
Fundação calculou que, em 2006, apenas 46,77% da população brasileira possuía rede de coleta de dejetos domésticos
DA SUCURSAL DO RIO
Com o atual nível de investimento em saneamento básico, só em 2122, daqui a 115 anos, a totalidade da população brasileira terá acesso à rede de coleta de esgoto, revela pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgada ontem. Mais da metade dos brasileiros não tem esgoto recolhido.
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A FGV calculou que, em 2006, somente 46,77% da população brasileira era beneficiada por rede de recolhimento de dejetos domésticos. Há 14 anos, era de 36,02% o percentual dos brasileiros com acesso a rede de esgoto.
Coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Néri estimou que, a se manter o nível de crescimento das redes coletoras em todo o país observado a partir de 1992, somente daqui a, no mínimo, 56 anos, metade da população terá acesso a esgoto encanado. A atual taxa de crescimento da rede de esgoto nacional é de 1,59% por ano.
Mortalidade infantil
Ainda de acordo com a pesquisa, a mortalidade infantil na faixa de um a seis anos de idade é maior nas regiões do país onde não há esgoto coletado. Ao analisar os dados da Pnad, Néri concluiu que a falta de saneamento básico tem responsabilidade direta na mortalidade registrada nessa faixa etária.
A incidência de morte entre um ano e seis anos decorre do contato direto das crianças com as aglomerações de esgoto, afirma o pesquisador. Antes de completar o primeiro ano, o bebê ainda permanece mais tempo sob os cuidados de adultos.
Segundo Marcelo Néri, depois disso, os meninos, mais do que as meninas, passam a ficar mais soltos, pois começam a andar e a brincar fora de casa. Muitas vezes descalços e nus, circulam em meio à imundície acumulada em poças e valões. A maioria deles até bebe a água contaminada por coliformes fecais. Acabam vitimados por diarréias e outras doenças relacionadas à carência de saneamento básico.
Baixo investimento
Conforme divulgou o Instituto Trata Brasil, sete crianças brasileiras morrem por dia em conseqüência da falta de saneamento básico no local onde vivem. O instituto considera que o ideal seria investir em saneamento o equivalente a 0,63% do PIB (Produto Interno Bruto). Hoje, o investimento na área é de 0,22%.
Outras vítimas em potencial da ausência de rede coletora de esgoto são as gestantes, pois a falta de saneamento aumenta as chances de os filhos nascerem mortos. De acordo com a pesquisa, em áreas sem saneamento, aumenta em cerca de 30% a possibilidade de grávidas virem a parir natimortos.
A pesquisa mostra ainda que, apesar da gravidade da situação constatada nos índices oficiais do governo federal, a velocidade da expansão do saneamento básico é inferior à oferta de outros serviços públicos, como rede de distribuição de água, coleta de lixo e eletricidade.
O levantamento da FGV indica também que São Paulo é o Estado brasileiro com maior cobertura em saneamento básico -84,24% da população paulista é atendida por rede de esgoto. O Amapá convive com situação oposta. É o pior Estado brasileiro em termos de recolhimento de esgoto. Só 1,42% dos habitantes têm o benefício.
Um comentário:
Pois é, rapaz. Tudo questão de investimento e possibilidades de lucro. Homem é bicho que gosta mesmo de ajuntar dinheiro. Por exemplo: telefone celular tem mais de um por brasileiro, mas saneamento falta. Por quê? Por que não dá lucro.
paz e bom humor.
http://walmir.carvalho.zip.net
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