sábado, 13 de março de 2010

Ainda intradoxos- o Mar

Assim como Pound, o livro de Márcio-André lê-se melhor pelas beiradas. No fragmento. No meio da miríade de sinais, que não deve fazer sentido nem para o poeta, fulguram jóias. O mar sempre presente (o Rio). Seleciono estes:

"[falar do mar é uma imposição do mar]"
...

"preferia ser herói do mar e é preciso pedir ao céu"
...

"o mar do sem música"
...

"Os ghindastes [dorsos de cavalos] bebendo do mar

e a chuva

este alaúde com cordas [também] de vidro
teia-cloro

À deriva"
...

E este que não tem a ver (ou terá?) com mar, que de tão "paulistano" deveria ser gravado nos trens que por aqui transitam, ao lado dos velhíssimos Camões:

"A incerteza dos esgotos
[urbe-uretra]


os sonhos subterrâneos do metrô
onde até os poetas têm cartão de ponto
"

Nenhum comentário: