Desta vez eu vi tudo. Da minha janela no trabalho no Pátio do Colégio (bem onde nasceu a cidade de São Paulo, 452 anos atrás). Fugindo da polícia. Jovemjogado no chão. Pardos, os dois. Seis ou sete tiros ("São fogos?" "Gente desocupada!"). Pegou na barriga. Caído se contorcendo. O policial pegou-lhe pela metade do corpo, puxou pelo cinto, sacudiu como se fosse um pacote (à procura de arma?), pisou nos genitais ("Vai morrer, vagabundo!") e chutou-lhe a perna. Centenas de pessoas olhando dos prédios, Secretaria da Justiça, Segurança Pública, ao redor. Arrancou-lhe uma bolsa (pochette) (roubada?) e exibiu vitorioso. Levaram numa radiopatrulha. Rua sem saída. Brasil.
Soube agora que estava armado (dizem). O que muda?
Há pouco chovia. Vai precisar de outra chuva.
Um leve rumor quando o levaram. Penso mesmo que escutei aplausos.
Morto, de fato. Dizem que atirou primeiro, após ter agredido a socos e roubado uma senhora.
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