Traffic, de riczribeiro |
Desfizemos nossas roupas e saímos nós, vestidos de noite. Há pouco, velozmente, no Metrô, estáticos, espalhamos átomos pelo mundo afora. Um hálito quente, a língua úmida, a queimar-lhes a nuca. Dois velhos de boinas, conversam contentes, segurando livros. Uma moçoila, com ares de estudante, também de boina, quase que “posa”. Uma velha gorda com a sacola de supermercado, distraída, pensa (?). Somos todos desesperados... Somos todos... desesperados... E a mulher bela, na propaganda de desodorante, sorri. Enquanto isso, eu, no canto contrário, sentado, componho o poema com o olho, pois sei que, no momento seguinte, esquecerei tudo.
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